A vacinação de crianças é obrigatória no Brasil e garantida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Apesar disso, dados do Ministério da Saúde mostram que a taxa de imunização tem caído nos últimos anos.
De acordo com o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, o sucesso do programa de imunização pode ter relação com essa queda, já que a população tende a acreditar que, com a erradicação das doenças, não há necessidade de imunização.
Há ainda outra possibilidade: o horário de atendimento nos postos de saúde. Como os postos só funcionam de segunda a sexta, em horário comercial, a maioria dos pais não pode faltar ao trabalho.
Outra explicação para a queda no número de imunizações pode ser a existência de grupos contrários, que geralmente aderem à causa por questões religiosas, modismo ou naturalismo.
No Brasil é aplicada penalidade aos pais que não vacinam seus filhos: multa de 3 a 20 salários mínimos, podendo ser aplicada outra multa no valor do dobro da primeira se esses pais deixarem mais uma vez de vacinar os filhos.
Com o crescimento do acesso a Internet, pode-se observar um aumento no número de pessoas que não aderem às campanhas de imunização por medo dos efeitos adversos. É fácil encontrar nas redes sociais depoimentos de pais relatando reações graves após a vacinação dos filhos. Esse tipo de informação “viraliza” e acaba se propagando como “verdade absoluta”.
Nesse cenário de desconfiança, cabe ao médico orientar os pais e salientar que:
As vacinas são uma medida de saúde pública: elas podem prevenir doenças e mortes.
Deixar a vacinação de lado representa um risco: não apenas individual, como também para a sociedade, já que doenças infecciosas podem ser reintroduzidas mesmo em locais onde são consideradas erradicadas.
Efeitos colaterais mais frequentes são leves e de resolução espontânea: reações alérgicas podem aparecer, porém reações graves são extremamente raras.
É importante que o médico conscientize os pais que o medo e a insegurança com relação às vacinas não devem ser maiores que o medo de seu filho contrair a doença - esse sim é um risco grave. Mais de 200 anos de pesquisas sérias comprovam a segurança e a eficácia da vacinação. Os pais precisam ter em mente que nenhum boato pode ser mais forte do que os benefícios comprovados em anos de estudos.
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