Que os aplicativos de mensagens instantâneas e as redes sociais facilitam o dia a dia dos profissionais ninguém tem dúvidas. Mas será que esses meios de comunicação são ideais também para os atendimentos na área da saúde?
A chamada Telemedicina é uma modalidade que consiste em utilizar meios tecnológicos de comunicação para realizar consultas, fazer diagnósticos e o acompanhamento do paciente.
No Brasil, a Telemedicina chegou perto de ser regulamentada. A Resolução nº 2.227/18 do Conselho Federal de Medicina (CFM) definiu essa modalidade como o “exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde, podendo ser realizada em tempo real ou offline”. Porém, em 22 de fevereiro, cerca de 3 semanas após a norma ser divulgada, o CFM revogou a resolução. Segundo nota divulgada pela entidade, a decisão foi tomada por conta das inúmeras propostas encaminhadas solicitando alterações. Segundo o CFM, houve um “clamor de inúmeras entidades médicas” que pediram mais tempo para analisar o documento e também enviar sugestões.
A maior parte das críticas por parte das entidades médicas diz respeito à segurança de dados e responsabilização por eventuais erros médicos. Além disso, alguns integrantes dessas organizações dizem temer que a teleconsulta seja utilizada de maneira desenfreada e cause um distanciamento ainda maior na relação entre médico e paciente.
A revogação da norma ocorreu porque, segundo o CFM, o número de reclamações e sugestões recebidas foi muito alto e não seria possível analisar todo o material até maio, data prevista para que as regras entrassem em vigor.
O assunto tem gerado discussões, pois não há só críticas sobre a norma. A Abramge (Assosiação Brasileira de Planos de Saúde), por exemplo, lamentou a revogação. Segundo a entidade, “a telemedicina proporciona a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, pois soluciona entraves relacionados à geografia e grandes distâncias.”
Apesar da revogação da norma, a telemedicina já é realidade para alguns profissionais. Muitos médicos já realizam consultas pelo Whatsapp, por exemplo. Há, também, serviços como as teletriagens sendo oferecidas por hospitais e planos de saúde. Ou seja, a telemedicina já está sendo praticada, só não está regulamentada.
O fato é que a medicina tem sido impactada pela tecnologia nos últimos anos. Alguns meses atrás, na China, o neurocirurgião Ling Ziphei realizou uma cirurgia a 3 mil km de distância utilizando a tecnologia 5G. O procedimento ocorreu em Pequim e o médico responsável pela cirurgia estava na cidade Sanya.
Enquanto isso, no Brasil, até o momento não foi divulgada uma nova data para a que a norma entre em vigor, já que, segundo o CFM, as manifestações das entidades médicas estão sendo analisadas.
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